Entrevista
com Kátia Leite, editora da Folha.
Beatriz:
Como é trabalhar em um jornal?
R: É cansativo, é uma profissão
que têm que gostar muito pra prosseguir, é uma profissão que não dá dinheiro,
você não tem horário nem local. É comum você trabalhar todos os dias da semana.
Beatriz
Regina: Como a noticia chega até o jornal?
R: Em sites, e-mail e TV.
Aqui é mais comum através das reclamações.
Giovanna:
Como é feita a seleção das noticias?
R: Selecionamos pela importância,
como uma ocorrência muito grave não podemos deixar de colocar.
Fernando:
Qual é a parte mais difícil de ser uma editora?
R: O mais difícil é você
ter tanta coisa pra colocar e acabar não tendo essa oportunidade, ás vezes as pessoas
nos ligam bravas.
João
Vitor: Estamos numa era digital, como todos aqui estamos com Tablet, Notebook e
Câmeras. Vocês dão mais importância para o jornal em si ou para o site? E como
pretendem entrar nesse meio da “era digital”?
R: Ao jornal, nós
percebemos que o público da Folha é uma parte mais idosa, onde não tem muito
acesso ao computador. Assim como eu não aderi totalmente ao e-book, onde
prefiro ter o livro em mãos, os jornalistas ainda preferem seu jornal no papel.
*Ela
deu exemplo da vacina contra cães e gatos, no jornal está com um endereço e avisa queno site poderia
encontrar outros endereços, e muitos leitores ainda não tem acesso ou não sabem mexer.*
Sabrina:
É divertido ser jornalista?
R: É divertido ser
fotografo (risos), é divertido se você gosta. Tem um lado divertido, depende da
matéria, tais como tragédias, ir a funerais pegar informações, é o lado ruim.
Mas, existem matérias legais em parques e outros. Eu queria trabalhar na parte
de esportes, mais precisamente futebol,
é no que eu gosto, mas como eu disse, não é só o que eu acho legal.
Leonardo:
Desde quando você quis ser jornalista?
R: Desde pequena,
sempre sonhei com isso.
Thalia:
Qual é a importância de ser jornalista?
R: A importância
principal é trazer as notícias correta.
Qual
foi a ideia de formar o Jornal da Vila Prudente?
R: O Jornal de bairro é
justamente para ajudar o que se acha que a imprensa maior não liga, pois se
preocupam mais com as coisas em Brasílias e etc.
A
evolução da tecnologia ajuda ou atrapalha o jornalismo.
R: Ajuda, a saber mais
rápido uma ferramenta super importante, tal como o Twitter. Toda a imprensa
virou alvo, já que nas manifestações um governador parabenizou uma cidade do
interior em meio dos protestos.
Alex:
Qual entrevista mais te emocionou?
R: Difícil, já estou no
jornal há 14 anos, mas acho que foi o metrô. Mas, até anunciar a inauguração você
fica na esperança. Fiquei muito feliz no dia que inaugurou, quando puderam
passear, a passagem foi gratuita, foi uma matéria significativa.
Quem
cria as perguntas?
R: Os repórteres normalmente
criam na hora, às vezes eu mesmo ajudo. Nem sempre sou eu que vou estar na
hora. Por exemplo, não adianta os repórteres terem tudo anotado, mas não
saberem replicar, uma coisa que acontece muito com os políticos.
Você
acha que o jornal deveria ter uma coluna voltada pra educação?
R: Alguns já têm, é que
os jornais de bairro é aquilo que explicamos, não tem muito dinheiro. Sou
jornalista, não pedagoga, nem sempre vou poder falar sobre isso. Temos que contratar
outras pessoas e nem sempre é fácil.
Qual
a reportagem mais difícil que você já fez?
R: Com os políticos,
você sempre tem que chegar perto e é difícil, às vezes não é o assunto que é difícil
e sim chegar até o entrevistado.
Quando
você erra, tais como falta de vírgula ou etc, como se sente?
R: Às vezes fico
chateada, mas tenho que dar a noticia. Tenho que ver, reler para não cometer
erros como este. A pressa de ter que escrever o texto e já fazer outra matéria
atrapalha, em qualquer jornal.
Você
acha que seu emprego traz segurança?
R: Às vezes você tem
que ir para lugares de tiroteio, enchentes, é difícil, porém necessário e você
fica pensando: “Será que vou ficar doente?”.
Qual
o tamanho da sua equipe e quem faz o que?
R: Editora, dois fotógrafos
e no dia do fechamento um diagramador. Essa é a equipe da redação, tem outras
coisas no jornal, como vender anunciantes, e outros. Mas também tem pessoas da
limpeza, e outras.
Qual
o melhor programa para fazer Jornal?
R: Nós usamos o Pagemaker. Mas, no Estadão eles já usam
outro, o WinDesign, ele é mais
moderno, mas, aqui pro jornal ele seria um investimento muito grande, normalmente
temos 20 ou 22 páginas, com o Pagemaker conseguimos
nos virar.
Você
já foi agredida?
R: Quase fui agredida
por um deputado. Ele ficou irritado, pois não era pra ele estar lá, mas quem
levou a pior foi o fotógrafo.
O
que é mais difícil, entrevistar parentes de vítimas ou pessoas que mesmo não
tendo relação direta se mostram afetados?
R: É difícil, pois, não
que fiquemos insensíveis, mas, sabemos ficar mais profissionais. Por incrível
que pareça o jornalista e o fotografo são iguais, você tem que se manter firme,
pois, não adianta chegar chorando para o entrevistado, isso iria piorar a
situação. Temos que ser firmes e obter as informações necessárias.
Você
já teve medo?
R: Já, pela segurança. Barram-nos,
principalmente tráfico de droga, tais como ameaças ou outras coisas, nada que
não sabemos que iremos enfrentar.
Quantos
anos você começou a fazer entrevista?
R: Logo que acabei a
faculdade, com 19 para 20 anos.
A
Folha já publicou alguma matéria errada?
R: Já, às vezes falamos
que é num dia e é no outro. Sempre tem. Isso chateia muito as pessoas, você
chega ao entrevistado e ele chama Wagner, por exemplo. Mas você não pergunta se
é com W ou com V.
Após isso, Kátia nos agradeceu pela presença e nos convidou a tomar um lanche. No final de nossa visita, ganhamos um Kit da Folha, com bloquinho, caneta personalizada e outros.
PARTE III.